As Faculdades Internas do Homem
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26 July, 2021A Música e o Equilíbrio Interior
A música, vista do enfoque do autoconhecimento, não é apenas estimada como uma expressão artística a mais, senão que é considerada como a harmonia que nos permite equilibrar corpo, mente e emoção. Por isso dizemos que a música e o equilíbrio interior têm estreita correspondência.
Se observarmos nossa vida, ela inteira tem uma faixa sonora que nos acompanha, desde que estávamos no útero materno até o momento atual: o som do líquido amniótico, a voz de nossa mãe, as canções de ninar, as melodias de nossa infância. Mais adiante, a música da moda na adolescência, as preferências por estilos musicais que acompanham nossos estados anímicos.
Por isso, a filosofia gnóstica nos convida a refletir sobre a importância de todos os sons que nos rodeiam e, especialmente, da música, uma vez que a mesma tem especial importância no trabalho do autoconhecimento.
“Existe música no suspiro de um junco; existe música no jorrar de um riacho; existe música em todas as coisas, se o homem tivesse ouvidos; a terra não é mais que a música das esferas” .
Lord Byron
A Música como Necessidade Nata do Homem
Ao longo da história da humanidade, a música nasce como uma necessidade de transmitir ideias e sentimentos que não poderiam manifestar-se de outra forma, a tal ponto que a maioria dos povos antigos de distintas latitudes do planeta a consideravam como um presente dos deuses.
Como todas as manifestações artísticas, a música surge em todos os povos ancestrais como a necessidade cultural de manifestar seu sentir, idiossincrasia e espiritualidade características. Com o passar do tempo, foi dando-se à arte musical distintas finalidades até a atualidade. Como entretenimento, expressão de patriotismo, política, terapia, etc.
No entanto, para a sabedoria gnóstica, as melodias com uma harmonia verdadeira levam em sua essência a capacidade de fortalecer a alma de quem as escuta, porque nos brindam um modo particular de reencontro conosco mesmos. E, por isso, podemos utilizar a música para conseguir o equilíbrio interior.
Assim, quando a melodia é instrumental, a sensibilidade de quem a escuta é engrandecida de maneira notável. Porque, ao prescindir da palavra, a linguagem dos sons fala através de tons, ritmos, melodias que são muito mais sutis que a linguagem falada. Isto permite ao ouvinte tornar-se mais perceptivo ao restante dos estímulos sensoriais.
Então, podemos dizer que para apreciar a música verdadeiramente, devemos aprender a ouví-la conscientemente. Deste modo, percebemos se uma composição musical possui verdadeira essência, porque então nos move de uma forma profunda, levando-nos a uma introspecção. Contudo, a mensagem da música pode nos convidar a estados internos de encontro ou de desencontro, de esperança ou desespero, de compreensão ou de fúria, de melancolia ou euforia.
Por isso, a sabedoria gnóstica sugere que sejamos nós mesmos que elejamos esses estados e não os deixemos disponíveis ao capricho das modas ou das tendências. Isto é possível selecionando adequadamente as melodias que escutamos.
Movimento, Som e Música
“Todo movimento é coexistencial ao som. Onde quer que exista o movimento, existe o som. O ouvido humano somente consegue perceber um limitado número de vibrações sonoras. Porém, por cima e por baixo destas vibrações que o ouvido registra, existem múltiplas ondas sonoras que ninguém alcança perceber. Os peixes do mar produzem seus sons peculiares. As formigas se comunicam entre si por sons inaudíveis para nossa percepção física. As ondas sonoras, ao atuar sobre as águas, produzem movimentos de elevação e de pressão nas águas. As ondas sonoras, ao atuar sobre o ar, produzem movimentos concêntricos… Os átomos, ao girar ao redor de seus centros nucleares, produzem certos sons imperceptíveis para o homem. O fogo, o ar, a água e a terra têm suas notas sonoras particulares”. Samael Aun Weor – Logos, Mantra e Teurgia
Cada movimento tem sua vibração, seu som, sua nota chave na qual se manifesta. Está comprovado que, em geral, os acordes menores na música geram melodias melancólicas que produzem estados de tristeza. Ao contrário, os acordes maiores produzem estados de alegria. Os efeitos da musicoterapia foram amplamente estudados. A reflexão sobres estes temas nos leva a perguntarmo-nos: Em qual nota vibramos? Nossa vibração é igual quando estamos alegres a quando estamos tristes?
Também existem estudos e experimentos de som (mediante amplificadores de vibração) que demonstraram a harmonia musical do “canto” das árvores e das plantas. Recentemente, tornou-se viral um vídeo sobre a melodia que emitem os girassóis, similar ao solo de um violino. Do mesmo modo, fizeram experimentos sobre as ondas sonoras que emitem os grilos ao cantar, os quais, ao descender a frequência de onda das vibrações emitidas, se podia perceber sua similaridade com o canto de um coro angelical de crianças.
A música se relaciona com o princípio universal de vibração que explica que tudo vibra, tudo está em movimento, percebamos ou não. Assim, a vibração produz som, porém o ser humano só percebe uma parte dos sons gerados ao seu redor; dentro deste espectro de som, há uma quantidade de frequências específicas com as quais se fabrica a música.
Assim é que ela nunca se afasta de sua própria natureza, que é o movimento. Por isso, seja qual for a música que estejamos escutando, algo estará se movendo.
Através do autoconhecimento aprendemos a nos beneficiarmos do movimento, do som e da música
É importante que essas vibrações nos movam de forma benéfica e harmoniosa. Por isso, torna-se fundamental que a música que escutemos nos gere alegria, que nos coloque em sintonia com a vida nos níveis da matéria, energia e consciência. Porque toda a natureza emite sua melodia e, como parte dessa mesma natureza, precisamos encontrar nossa nota chave que nos ponha a vibrar em harmonia com o universo. E, desta forma, através da música obtermos nosso equilíbrio interior.