As mensagens ocultas do Parsifal

Dentro da ampla obra literária legada pelos grandes escritores que a humanidade teve, autores inspirados por uma inteligência e uma emoção superior, encontramos uma variedade de trabalhos preciosos. Porém, seu valor não está unicamente na beleza e na perfeição estética que ostentam, senão nas mensagens escondidas dentre suas linhas. Mensagens ocultas para a mente terrena, porém compreensíveis para a consciência, por estarem dirigidas à ela.

O PARSIFAL, a obra cume de WAGNER, é um desses tesouros da humanidade que, como outras, dá forma física à sabedoria universal. O Parsifal é uma inspiração do seu criador, algo que provém de sua própria essência interior, e é por isso que só por meio dos atributos de nossa própria essência podemos chegar a compreende-la.

“Bem sabem as Musas que essa obra diamantina do grande Mestre é algo único e excepcional na dramaturgia WAGNERIANA. O verbo do Mestre vai fluindo deliciosamente como um rio de ouro sob a selva espessa do sol.

Do Parsifal poderia-se dizer, em forma enfática, o que Goethe fala do seu FAUSTO: Acumulei nele grandes mistérios e árduos problemas, que as gerações vindouras se ocuparão em decifrar.

O SR. Mario Roso de Luna, o insígne escritor Teosófico, disse:

No Parsifal, o pensamento de Wagner parece velado de propósito; com efeito, para selecionar o sentido de determinadas alusões filosóficas, quando se consegue, temos que fazer grandes esforços de adivinhação e de reconcentração mental, porque nessa obra, como num pesadelo, encontramos diversos elementos confusos: altas questões filosóficas, lembranças bíblicas e orientais, misticismo, ortodoxia, vestígios de culto católico, rituais pagãos, necromancia, sonambulismo e hipnotismo, práticas da cavalaria medieval, êxtases, ascetismo, piedade, redenção, afinidades da natureza material com a alma humana, amor em sua concepção mais torpe, amor em sua concepção mais pura…

O PARSIFAL foi apresentado em todos os melhores teatros de Europa, precisamente em primeiro de janeiro de 1914, e isto nos convida a meditar.

Apenas pelo fato do estalido da primeira guerra mundial e da estreia simultânea do PARSIFAL em todo o mundo erudito, já é memorável nas crônicas da humanidade, o ano de 1914.

1914, misterioso conúbio… PARSIFAL e a PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL. É indubitável que o evangelho WAGNERIANO ressoa nos campos de batalha, é catastrófico, terrível, resplandece glorioso entre a tempestade de todos os exclusivismos.” 

Samael Aun Weor

A arte verdadeira é expressão da sabedoria universal

A sabedoria, o conhecimento universal, existe por si mesma e, por isso, é inevitável que se expresse de diversas formas sobre a face da Terra. O conhecimento expressa-se, como neste caso, no Grande Parsifal de Wagner, e também expressou-se em grandes obras literárias, pintura, música, escultura, arquitetura, de todos os tempos. Porém, essa sabedoria, esse conhecimento, e sobretudo essa inspiração, está em nós mesmos e ao nosso arredor, em uma flor, no sol avermelhado de algumas tardes, nas mãos tenras de uma mãe. Como também no sacrifício de um pai que, por amor, por consciência, trabalha por seus filhos. 

Busquemos em nossa vida essa inspiração e nas verdadeiras obras de arte, de autores realmente inspirados. E busquemos em nosso interior a sabedoria, a paz e o bem estar. Porque se não os encontramos dentro, não é possível que ninguém externo nos possa entregar.

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